domingo, 21 de novembro de 2010

21 de novembro, dia de São Paul



Hoje o artista mais bem sucedido da história da música entra em campo para desfilar todas as facetas desse sucesso para um estádio lotado.
Ontem no festival planeta terra um amigo me dizia, "se for ver 20 mil pessoas não é tanta gente assim, qualquer show no morumbi leva mais de 60 mil".
A minha resposta foi simples e rápida, "você tem razão, a diferença é que se você juntar todas as bandas que tocaram hoje aqui, elas não venderam nem metade do que o Bon Jovi por exemplo". Que o Paul então nem se fale.
Ontem o Billy "Ronaldinho" Corgan deixou de tocar disarm e 1979, é como se ele quisesse provar alguma coisa pra alguém. O cara briga com a banda inteira e depois quer provar algo.
Com o Paul foi ao contrário, ele fez de tudo para manter os companheiros na banda, mas não deu, a banda inteira brigou com ele.
Bom, aí ele não quis, foi lá e provou pra todo mundo com o wings, que ele era um cara fudido, foi o Beatle mais bem sucedido comercialmente em carreira solo. Se o John tem toda a mística, o Paul tem a competência, o trabalho duro e a longeividade. Quando Lennon já tava fazendo discos merda e se dedicando mais à família, MacCa tava "correndo com a sua banda".
Claro que por causa disso tudo ele talvez fosse também o Beatle mais chato, isso não se discute.
O disco branco foi o primeiro disco que eu ouvi na vida, o album tem várias pérolas, o Paul inventado o heavy metal nele com helter skelter, mas a minha preferia é uma do Harrison, long, long, long.
Mesmo Harrison que o amigo homenageará hoje tocando something, a música mais sincera que um cara pode dedicar à sua amada.
Apesar do Lennon ter dito que tudo o que ele fez foi yesterday, MacCa não guarda mágoa e também homenageia o antigo companheiro. O único que fica de fora nas homengens é Ringo, pelo simples fato de ainda estar vivo.
Eu acredito que algumas músicas podem ensinar e mudar uma vida, que um show de rock pode trazer uma alegria incomensurável. Alguns dos melhores dias da minha vida foram em shows de rock, e algumas músicas ajudaram a sair de grandes fossas, ou pelo menos a suportar melhor certos momentos.
É claro que todos queremos ouvir as músicas de sua carreira solo, ou da fase com os Wings, mas não espere nada menos que êxtase e lágrimas quando as músicas dos Beatles forem executadas.
Todos temos nossas histórias com a banda. Nos primeiros capítulos de "love is a mix tape" Rob Sheffield conta sobre uma fita que ele gravou com seu pai uma tarde, onde eles fizeram um loop de "na na nas" até a fita acabar.
Quando eu ainda morava em Ribeirão Preto, ia para o almoço com o meu pai sempre ouvindo e conversando sobre música. Frequentemente a música e a conversa esbarrava nos beatles, e foi ele quem primeiro me apresentou a banda, então sempre quando eu ouvir uma música deles vou lembrar do meu pai.
Enquanto eu vou terminando este texto, vou ouvindo algumas músicas do Paul, e umas dos Beatles. A hora que tocou hey jude, o mesmo amigo do começo do post veio me dizer, "o Paul é tão bom que é capaz de ele tocar disarm e 1979". Eu espero que não, ahaha, afinal ele tem um repertório muito maior e melhor para perder tempo com essas músicas que marcaram uma época, mas não tem a universalidade das canções de Paul McCartney.



Nenhum comentário: