sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Prefiro ir a pé

Todos os dias quando vou para a faculdade, tenho o costume de ouvir rádio, e quando não tem nada de bom nem na Kiss e nem na 107.3, acabo ouvindo a oi fm.
Para minha infelicidade o programa que vai ao ar nesse horário é o "De Carona" apresentado por Renata Simões e Joana Ceccato.
Joana tem uma impostação de voz muito boa, e a Renata é OK. A intimidade que as duas procuram transparecer no rádio me parece forçada, chamando uma à outra por "Rê" e "Jo", mas não é nem isso o que mais irrita no programa.
As músicas são geralmente "novidades", a maioria nem é escolhida por elas, e algumas até me agradam.
O que mais me irrita é o nível de gafes que sai da boca delas por falta de informação, eu sei que rádio é uma mídia imediata, é correria mesmo, mas existe toda uma equipe por trás, e algumas coisas elas deveriam até saber. Vou elencar algumas que me irritaram recentemente.
1-Uma das moças(não me lembro qual) estava em Dublin, enquanto a outra apresentava o programa aqui de São Paulo. Na Irlanda, ela destacava a arquitetura da cidade, falando à exaustão sobre a graciosidade das "casinhas em estilo vitoriano".
O estilo dominante de Dublin é Georgiano. Não vou nem comentar aqui as diferenças de estilo, de tempo e de onde estão presentes os dois "estilos", mas bastava a apresentadora perguntar a alguém, "qual o estilo arquitetônico dessas casas?", antes de dar a informação errada.
2-Ao falar sobre o seriado Glee, uma delas fez um comentário infeliz, estritamente pessoal e um pouco preconceituoso, dizendo que a série tirava do baú porcarias, músicas antigas horrorosas, mais especificamente falando, "Don't stop believing" do Journey, um clássico do hard rock americano.(A série também resgata outros clássicos da música, além de misturar com canções atuais, e talvez esse seja o maior mérito dos produtores).
3-Essa é imperdoável. Uma das apresentadoras comentava sobre o livro de 2006 de Ben Fong-Torres que foi editado esse ano em português. É uma biografia da banda Doors feita por meio de entrevistas do jornalista com integrantes da banda. O livro ser de 2006 não é o problema, já que a edição brasileira foi lançada somente esse ano, mas ao se referir ao autor, ela disse "o tal Fong-Torres", como se fosse um desconhecido que tivesse feito um livro qualquer.
Ben Fong-Torres foi dos primeiros editores chefe da revista Rolling Stone, quando a revista ainda importava nos anos 60 e 70. Há quem vá dizer que um apresentador de rádio não tem que saber isso(eu discordo), mas Fong-Torres se tornou figura pública no clássico de Cameron Crowe, "Quase Famosos", onde ele é chefe do jovem William. Ele foi chefe de Cameron Crowe na vida real, e a história do filme fala um pouco sobre isto.

Se for pra pegar carona com elas, prefiro ir a pé.

como é que alguém não gosta dessa música?

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