sábado, 18 de setembro de 2010

A função do jornalismo musical se tornou confusa

Ocorreu um certo alvoroço no "mundo indie" quando o jornalista Lucio Ribeiro passou a ser colaborador do Estado de S. Paulo.
Não sei se o que ele faz no jornal pode ser chamado de colaboração. Ele tem uma coluna semanal, aonde faz a mesma coisa que faz em seu blog, só que de maneira mais curta e superficial.
Por se tratar de um espaço semanal, Ribeiro também aproveita com frequência para divulgar eventos que são promovidos por ele mesmo, uma auto-propaganda ou auto-promoção deslavada.
Nunca gostei muito da forma como ele escreve em seu blog, pois sempre achei que um jornalista experiente e já de certa idade como ele, deveria escrever com um pouco mais de conteúdo e um pouco menos de deslumbre. No popload, toda semana uma banda nova salva o rock.
Jotabê Medeiros, outro jornalista do "estadão" (esse sim colaborador), faz de tudo um pouco. São resenhas, entrevistas, reportagens e o que mais aparecer pela frente.
Mesmo com toda a boa vontade de Medeiros, percebo que com frequência ele faz alguma matéria com claro teor de propaganda. Não sei se por determinação da redação ou se o próprio Jotabê ganha algum por fora para escrever esse tipo de coisa. Qual não foi a minha surpresa ao abrir o jornal hoje-sábado, 18 de setembro- e perceber que ele dedicou uma página inteira para falar sobre duas bandas que vão estar no festival SWU?
E não é apenas que ele tenha feito uma entrevista bacana com duas ótimas bandas ( Pixies e Queens of the Stone Age), no final da página existe todo o tipo de informação sobre os ingressos do festival, site, preço etc.
Me parece que atualmente no Brasil se misturou muito o que é ser fã e jornalista. Também não fica clara, a diferença entre fazer uma resenha ou entrevista com uma banda à divulgar essa banda, pois a função do jornalista não é fazer propaganda.

Nenhum comentário: